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Crise e tecnologia: como esse cenário está acelerando a inovação nas empresas

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A história da nossa sociedade já mostrou que existe uma conexão valiosa entre crise e tecnologia, que surge a partir da necessidade de solucionar sua causa e seus efeitos colaterais. Hoje em dia, esse tempo de resposta é cada vez menor.

A pandemia de Coronavírus, por exemplo, tem impactado todos os setores da economia e mudado a rotina da sociedade. Aulas remotas nas escolas, funcionários trabalhando em home office, lojas oferecendo vendas diretas com delivery facilitado e redes de apoio surgindo nos mercados locais são alguns exemplos.

É claro que muitas soluções surgiram como uma forma de mitigar os danos, e alguns dilemas e prejuízos ainda estão sem resposta satisfatória, mas nada melhor do que um mapeamento do cenário atual para encontrar possibilidades. Essa é exatamente a proposta deste conteúdo. Acompanhe!

Desafios enfrentados pelas empresas na crise da pandemia de Coronavírus

Mesmo as empresas que atuam com comércio exterior e tinham relações diretas com a China não poderiam estimar a crise mundial que a pandemia de Covid-19 tem causado e seus impactos para os negócios.

A lista de desafios parece não ter fim:

  • retração econômica;
  • dificuldades financeiras para bancar a infraestrutura e a folha de colaboradores;
  • imposição do isolamento social como medida para administrar a evolução do contágio;
  • redução de equipes e seu deslocamento para o trabalho remoto;
  • dificuldades no acesso aos sistemas e processos da empresa;
  • falhas na comunicação entre as equipes;
  • dificuldades em acompanhar o desempenho de colaboradores e do faturamento da empresa;
  • necessidade de buscar novas formas de economia;
  • interrupção de projetos de consolidação ou crescimento.

Nem mesmo aqueles negócios que tiveram o privilégio de saber o tamanho da onda de problemas que estavam por vir escaparam de seu impacto. Essa situação, no entanto, desafiou os gestores e fez com que novas ideias e estratégias fossem traçadas.

Soluções geradas a partir das tecnologias certas

Para matar saudades das aulas de física, aqui vai a Terceira Lei de Newton:

Toda ação corresponde a uma reação de igual intensidade, mas no sentido oposto.

Se você acreditava que a lei da ação e reação não seria útil na sua vida no mundo corporativo, aqui está ela para explicar que, assim como a crise traz novos desafios, as tecnologias e estratégias adotadas pelas empresas estão aqui para reagir com igual intensidade.

Aumento das vendas online

E-commerces já atuavam nesse canal, mas viram suas vendas dispararem. Enquanto isso, varejistas que tinham canais físicos como seus principais braços comerciais tiveram que repensar seus negócios.

O que vimos em seguida foi o lançamento de diversas lojas virtuais, dos pequenos negócios até empresas consolidadas, que atuavam timidamente no mercado virtual.

Essa rápida resposta, no entanto, não se limita à criação de um endereço online: exige a definição de processos, cadeia logística, novas formas de faturamento, atendimento inovador, pagamentos online etc. Essas são mudanças que demandam uma organização da empresa e seus dados.

É o caso da Via Varejo, empresa dona do Ponto Frio e das Casas Bahia. O CEO da holding afirmou ao Brazil Journal que o grupo vendeu 70% a mais do que antes do lockdown das lojas. Isso foi possível porque, segundo Roberto Fulcherberguer, a empresa usou seu CRM para buscar padrões de consumo de seus clientes e, a partir deles, criar ofertas personalizadas.

Além disso, considerando que sua força de vendas das lojas agora estava em home office, criou o canal “Me chama no zap” para que seus vendedores pudessem atender, tirar dúvidas dos clientes, vender e ainda garantir suas comissões.

Organização de processos e interações de equipes

A Via Varejo criou uma solução prática para o atendimento dos seus clientes a partir do aplicativo WhatsApp de mensagens instantâneas. Ainda era preciso, no entanto, garantir que outros processos e comunicações limitadas pelo distanciamento social fossem resolvidos.

Assim, muitas empresas repensaram processos, fluxos de trabalho, formas de comunicação e gestão de equipe. Não são tarefas simples quando essas questões já se mostravam críticas no ambiente normal de trabalho, mas como a crise demanda uma resposta rápida, vimos algumas soluções criativas sendo colocadas em prática.

No caso da Arezzo, o sucesso de suas vendas se deve ao sistema utilizado por seus vendedores e que também alimenta seu aplicativo.

Com respostas precisas sobre o nível dos estoques de produtos no e-commerce e o cadastramento do time como canais de distribuição independentes, cada vendedor tem um código que contabiliza a venda a seu favor, permite aplicar descontos, entre outros recursos comerciais.

É a tecnologia proporcionando uma otimização da gestão dos dados do negócio, que permite que ele fortaleça um canal de vendas e relacionamento com o cliente e se torna crucial neste momento de crise.

Criação de parcerias de negócios com o time de colaboradores

Conquistar o engajamento e um bom clima organizacional dentro das empresas sempre foram grandes desafios. Setores tinham conflitos e trocavam acusações quando ocorriam falhas na transferência de informações, e os vendedores vendiam um mesmo produto em estoque por dificuldades na leitura dos dados.

Isso gerava prejuízos e até a perda de talentos profissionais, que acabavam buscando outras oportunidades de trabalho para evitar as relações de trabalho e os processos desorganizados da empresa.

Com a crise, veio outro elemento de incertezas e mudanças no cenário econômico que afetou consideravelmente o comportamento e o emocional dos colaboradores. Assim, permitir que parte ou toda a equipe pudesse trabalhar em home office, garantindo seus empregos e, principalmente, oferecendo os recursos necessários para a execução de suas atividades foi essencial.

A ação e a reação que percebemos entre crise e tecnologia fazem com que as empresas se reinventem e, em muitos casos, solucionem problemas que já estavam enraizados em seus negócios há muito tempo. Esse incentivo, por mais lamentável que seja, permitiu que os gestores e os próprios colaboradores percebessem que é possível fazer diferente e de forma mais eficiente.

O que veremos a seguir? Certamente empresas mais enxutas, ávidas por conquistar melhores resultados, e mais inovadoras, seja em suas infraestruturas, seja em suas formas de gestão.

Você concorda com essa perspectiva e da relação entre crise e tecnologia? Que tal promover uma discussão com a sua rede de contatos? Compartilhe este post nas redes sociais e veja qual é a opinião dos seus colegas e parceiros de negócios!

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