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Business Intelligence: como funciona e quais motivos para usá-lo na gestão de negócios

18 minutos para ler

O conceito de Business Intelligence (BI) se refere a um conjunto de processos que tem como objetivo otimizar tomadas de decisão por meio do uso estratégico da informação. Isso envolve a coleta, o armazenamento, a organização, o processamento (ou mineração) e a análise dos dados. Eles devem ser transformados em informação útil, inteligível e relevante.

Ainda assim, é natural que surjam algumas dúvidas sobre a importância do BI e seu potencial para os negócios. Pensando nisso, criamos este artigo especial sobre o tema. A seguir, mostraremos os resultados que o conceito pode promover na sua empresa e os motivos para adotá-lo. Então, aproveite a leitura!

A importância do Business Intelligence para os negócios

Em tempos de transformação digital e um mercado tão volátil e competitivo, não há mais espaço para tomadas de decisão baseadas em achismo ou apenas no feeling do gestor. Até mesmo os especialistas têm uma visão limitada do cenário como um todo. O diferencial está no poder de análise, não necessariamente na compreensão de todas as variáveis a todo momento.

Nesse sentido, a tecnologia representa uma aliada fundamental para qualquer empresa. Com a possibilidade de coletar dados e colocá-los para trabalhar a seu favor, não há motivos para se prender a estratégias que aumentam os riscos nas operações — sobretudo quando uma decisão envolve os investimentos e os rumos da organização.

O Business Intelligence é um conceito que une métodos e ferramentas tecnológicas de forma a ampliar a capacidade de análise de um cenário. Com a coleta e o armazenamento de dados, é possível gerar previsões muito mais detalhadas sobre os possíveis desdobramentos de uma ação e se beneficiar disso na rotina da empresa.

A origem do conceito e seus pilares

Quando apontamos que o conceito vai além de uma simples tecnologia, isso significa que ele não nasceu necessariamente com a transformação digital. Há mais de 150 anos, Richard Millar Devens propôs a ideia em seu livro Cyclopaedia of Commercial and Business Anecdotes. Grosso modo, ele estava analisando a estratégia de um bancário que tomava decisões com base em informações coletadas de clientes e da concorrência.

Os pilares do BI são três:

  • coleta de dados — se refere justamente a essa característica do uso da informação em vez do feeling do gestor, visando alcançar bons índices de produtividade e aproveitamento de oportunidades;
  • organização e análise — a chamada mineração de dados é o processo de definir um escopo de trabalho e os métodos utilizados para a análise;
  • ação e monitoramento — após a tomada de decisão, é preciso estabelecer meios de acompanhar os resultados alcançados para ajustar as ações, se necessário.

Vale destacar que, apesar de estarmos falando de um conceito baseado em métodos e processos, a dinâmica do mercado atual torna essencial o investimento em sistemas que otimizem essa gestão. Com a disponibilidade de tantos meios para coleta de dados, uma BI estruturada em softwares confiáveis se torna muito mais poderosa.

Para entender seu funcionamento, basta observar alguns exemplos reais de aplicação.

Aplicações da BI nas empresas

Aliado à Internet das Coisas (IoT), o Business Intelligence tem sido uma das bases da Indústria 4.0. Na prática, a IoT desempenha o papel de otimizar a coleta de dados, enquanto o BI faz o processamento em tempo real. É o que acontece, por exemplo, nas linhas de produção de uma fábrica.

Equipamentos com IoT — ou sensores instalados com essa tecnologia — captam dados de desempenho das máquinas (velocidade, temperatura, vibração, umidade etc.) e enviam pela rede sem fio (wireless) para um banco de dados. A função do BI, então, é processar esses dados e detectar anomalias que indiquem a possibilidade de uma falha.

Se um eixo está vibrando mais que o normal, por exemplo, o gestor visualiza a variação na interface do software e dispara um alerta para que a manutenção faça uma intervenção. Em alguns casos, o próprio sistema pode fazer isso, caso seja configurado com os padrões aceitáveis de comportamento.

Já no varejo, a coleta de dados pode ser feita em redes sociais e no cadastro do consumidor. O objetivo é otimizar as atividades de marketing e vendas: gerando campanhas personalizadas para cada cliente e mix de produtos que demonstram bons índices de vendas combinadas.

São estratégias que podem parecer simples, mas, na prática, envolvem o cruzamento de um volume muito grande de dados para que sejam feitas manualmente.

Os resultados que o Business Intelligence pode proporcionar

Como detalhamos acima, as aplicações do BI variam de acordo com a atividade e com os objetivos de cada empresa. Na prática, o suporte tecnológico atual é tão poderoso que o direcionamento da estratégia depende, em boa parte, da criatividade de quem adota o sistema. Entretanto, é interessante observar que existem maneiras comuns de adoção em diferentes mercados.

Destacamos a seguir as principais, mostrando os impactos positivos que isso gera nas empresas.

Análise preditiva

Elaborar previsões é parte essencial do trabalho de todo gestor — e, ao mesmo tempo, um dos seus grandes desafios. O uso da BI, por sua vez, é um aliado poderoso para otimizar esse processo. Afinal, trata-se de uma ferramenta que ajuda a amplificar a base de dados e a própria capacidade de processamento.

As decisões precisam ser tomadas em pouco tempo e com a menor margem de erro possível. Do contrário, a organização pode sofrer prejuízos diversos, inclusive financeiros. Assim, um dos grandes benefícios do BI é promover análises preditivas mais confiáveis.

Agilidade

Tão importante quanto a confiabilidade das decisões tomadas é a velocidade com a qual isso acontece. Nesse sentido, um sistema de Business Intelligence funciona como um motor de automação de processos. Na prática, ele leva o conceito a um novo patamar, aplicando-o ao campo da gestão, automatizando ações que vão além do esforço repetitivo.

O setor financeiro, por exemplo, vem investindo pesado na adoção de tecnologias de BI para realizar as análises de crédito. Isso permite cruzar um volume maior de dados dos clientes para identificar qual o perfil de cada um e oferecer serviços personalizados.

O sucesso das chamadas Fintechs está diretamente ligado a esse fator. Essas iniciativas digitais que fornecem serviços bancários sem uma sede física conseguem atuar com alto nível de personalização, dando a cada cliente um pacote específico, de acordo com seu perfil financeiro.

Integração de dados

Outro ponto relevante é a integração de dados, um dos pilares da transformação digital. A tendência é que, cada vez mais, as empresas centralizem seus dados em um ambiente único, otimizando até mesmo o uso do ERP.

O objetivo, por sua vez, é garantir que todos os setores trabalhem com base nos mesmos dados, evitando incongruências e agilizando os processos como um todo. Uma das formas de fazer isso é aliando o BI ao Big Data e à nuvem, por exemplo.

5 motivos para investir em BI

O retorno sobre o investimento é positivo para empresas dos mais variados setores. Veja alguns exemplos e entenda por que sua empresa deve adotar o BI.

1. Prever tendências de mercado

Além de previsões mais objetivas do ambiente operacional da empresa, o BI tem um forte potencial no que diz respeito à análise do mercado. Com base em dados dos mais variados (economia, concorrência, clientes etc.), é possível nortear os investimentos com base em um cenário mais claro.

2. Gerenciar os lucros e prejuízos

Com um sistema capaz de relacionar indicadores diversos, você passa a investigar as causas de lucros e prejuízos, entendendo melhor o comportamento do mercado. Isso pode ser feito cruzando dados como a satisfação do cliente e o volume de vendas. Na prática, é o tipo de análise que se torna inviável sem o suporte tecnológico do BI.

3. Reconhecer falhas nos processos

Da mesma forma que podemos identificar a raiz do sucesso, o BI ajuda a delinear as falhas. No varejo, por exemplo, o atraso nas entregas pode custar caro — seja pelo cancelamento de compras, seja pela baixa fidelização de clientes. Nesse sentido, o Business Intelligence permite mapear quais são as causas específicas para o atraso.

Fica bem mais fácil investir em ações de melhoria dos processos, aumentando a satisfação dos clientes e reduzindo custos, como os da logística.

4. Identificar as melhores métricas

Alguns setores, como o de vendas, podem apresentar comportamentos adversos ao longo do ano sem que isso seja muito previsível. O fato é que são tantas variáveis que o gestor não consegue se programar com muita antecedência.

Nesse sentido, o BI representa uma estratégia de mapeamento das métricas que podem ser combinadas. É interessante ter em mente que, em muitos casos, a relação entre elas não é muito óbvia a olho nu. O software, porém, parte de uma outra abordagem em sua análise, cruzando dados em diferentes camadas para identificar padrões.

Então, as métricas relevantes para cada período e para cada processo vão evoluindo com o passar do tempo — algo que se torna um diferencial ainda maior para quem adota o BI e investe no aprimoramento do seu uso.

5. Fazer a gestão de risco

O levantamento e o gerenciamento dos riscos é muito mais eficiente com o BI ao seu lado. Isso serve para os processos mais variados (jurídicos, financeiros, operacionais, de marketing etc.). O software permite categorizá-los e submetê-los a um processo de análise mais adequado para cada projeção feita.

É interessante ter em mente que, em tempos de negócios altamente digitalizados, o próprio nome de uma empresa pode passar por boas ou más leituras em muito pouco tempo. Então, ter o controle das ações para evitar que a imagem da organização seja manchada é crucial.

Como você pôde ver, são muitos os motivos para investir em Business Intelligence, assim como são muitos os impactos positivos que isso traz. Então, faça uma análise da sua infraestrutura de gestão atual e veja como esse conceito pode potencializar seu controle sobre os resultados da empresa. Em pouco tempo, o BI fomenta uma inovação de alto nível na sua capacidade de lidar com as demandas do mercado!

Se gostou das dicas, confira mais um de nossos posts — ERP e CRM: como a integração dessas soluções pode ajudar a sua empresa? — e continue aprendendo!

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